Old

18 de maio de 2009

A little machine


É uma sensação estranha, cada vez que leio um Blog. Principalmente aqueles cujas cores de fundo são negras. Porque o que leio, é pessoal, normalmente não tem nada de formal, e parece que as próprias palavras são pedaços do espírito da pessoa que escreveu a mensagem. É esquisito eu estar a dizer isto, mas estava mesmo com vontade de digitar, só não tinha tema. Ou melhor tinha, mas estava naquelas partes do cérebro inalcansáveis, excepto quando nos esforçamos por trazê-las de volta.

Talvez no futuro inventem um aparelho assim, que registe todos os nossos pensamentos e os organize como Úteis e Inúteis. Seria até melhor que as Agendas, e provavelmente seria aí que ia buscar as ideias para os novos textos no Blog. Quer dizer, não que eu ache o Blog, um site obrigatório, em que tenha de publicar uma mensagem frequentemente como um diário organizado e actualizado, com os seus temas. Mas comecei a gostar de mostrar as minhas palavras ao mundo, mesmo que poucos o leiam. Simplesmente gosto da sensação de ter um mundo virtual em que posso partilhar os meus pensamentos com alguém que goste de navegar pela Internet.

Mas voltando ao meu aparelho, até dava jeito, porque escusava de fazer apontamentos nas aulas; bastava estudar por aí, e também facilitava as investigações, se o acusado tivesse algum pensamento «incomum». Só que tinha de ser em forma de mp4, com gravador de som, registo de imagens, textos e vídeos incluídos. Não seria fantástico reviver o dia do casamento, ou o baptizado do filho mais novo? E se for algo desagradável, bastava premir Delete.

Só que eu li numa reportagem da revista SÁBADO, creio que era uma entrevista a um professor ou cientista salvo erro, português, que dizia que as novas tecnologias tornavam-nos mais individuais. E que talvez num futuro distante, o convívio entre as pessoas seja mínimo. Por exemplo, se eu quiser enviar algum ficheiro, ou falar sobre o tal trabalho de Ciências, basta enviar por e-mail, ou outro sistema de comunicação. Ou se quiser localizar algo ou alguém, escuso de perguntar ou telefonar. Basta aceder á Internet, ou usar o GPS, para fazê-lo. Outro problema é a dependência dos electrodomésticos.

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