Old

29 de janeiro de 2013

que até assusta.


Acabaram-se os delírios infantis, as paranóias, as inseguranças e as cretinices. Já não dou mais nenhum pedaço daquela menina que se lamuriava porque ninguém a compreendia. Ora esta menina FEZ-SE compreender. Agora está a escrever com uma atitude de revolta e a pesar as palavras para ver se ainda fazem o mesmo efeito que outrora fizera: libertar. Afinal eu antes não escrevia por não ter com quer partilhar? Ahora si.

Parei com a escrita, simplesmente porque não havia necessidade. A necessidade de me expressar cessou no momento em que decidi deixar de pensar e deixar-me levar pela corrente. Pertencer ao rebanho, ser vulgar. E sobretudo, feliz. Por isso, acabaram-se as lamúrias, e ao mesmo tempo surgiu a personalidade. O estranho é que desde então tem sido tudo tão fácil. Ou se calhar habituei-me. Se antes tinha de forçar o sorriso e vasculhar na mente algo para dizer, agora basta um olhar, um trejeito nas sobrancelhas. E compreendem-me. É tão fácil!!  É irritantemente fácil, quem me dera que fosse assim quando era mais nova, ou se ao menos pudesse pegar nessa dose de facilidade e distribuí-la equilibradamente por todas as fases da vida... Agora vou estar na expetativa de me levarem esta leveza e substituírem-na pelas calamidades OH NO! DRAMA!

O que é provável acontecer é eu estar a desconfiar desta felicidade espontânea, e no dia em que me habituar a ela, morrer-me o gato na trituradora. Ou, sei lá, acusarem-me de assassinar o Papa, e ter de ser sujeita a uma cadeira elétrica, ou tortura medieval macabra e perversa. Eu sei lá.
Estou tão feliz que até assusta. Embora esteja a teclar com cara de quem acabou de acordar e não está para grandes conversas, estou mesmo feliz, satisfeita e grata.
Moro sozinha, saboreio a liberdade, a independência, degusto de uma garantia mensal financeira chamada salário, oh la la.
Isto é mesmo deprimente, ser aquela sujeitinha que tem um horário para levantar, comer e cagar, um horário para trabalhar, dormir e sonhar. Mas considero-me feliz. Ordinária, mas HAPPEEEEEEEEEEEEH.

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