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16 de junho de 2013

Rumo

Quantos perdidos haverão
abandonados pelo caminho
Tiveram incertezas
e não conseguiram sozinhos
Não têm nome, nem rosto
ou história para contar
Vadiam por aí perdidos
Limitam-se a sonhar.
Sou um deles, admito,
não sei como cá vim parar
Um mulher pariu-me
Mas não me ensinou a continuar
Educou-me, amou-me
Ensinou-me a falar


E é com a voz que ela me deu
Que eu quero-me expressar:
Quem sou eu, que faço,
que rumo vou tomar?
Deram-me um nome,
um rótulo, cargo, estatuto
E não rédeas para avançar
Perdido fico, sozinho estou
Comigo mesmo tenho de lidar
Só preciso de uma seta, uma indicação
Ou um amigo para me apoiar
Rodeados á minha volta
Tenho o julgamento, a sociedade em peso, bocas a comentar
Cada qual com o seu histórico, mentalidade e futuro por olhar
Eu crio laços, confraternizo, mas que vou eu contar?
Se eu sou criatura sem cadastro, sem nome nem país
Tenho um sorriso nos lábios, por mim o silêncio vai falar
Então ESCUTEM, atenção, calma aí
Que eu ainda não me descobri
Se calhar não me atirei de cabeça
Se calhar ainda não agi
Quis manter a paz neste mundo
Vivo agora num limbo
E esqueci-me de lhe dar um rumo
É hora de desenterrar o cachimbo.
Quantas guerras tenho de declarar
Para a minha própria paz encontrar
Vou ter de interferir, ser oportuno
Porque o meu mundo vai daqui até Saturno
Quem sou eu, que faço,
que rumo vou tomar?
Deram-me um nome,
um rótulo, cargo, estatuto
E não rédeas para avançar
Perdido fico, sozinho estou
Comigo mesmo tenho de lidar
Só preciso de uma seta, uma indicação
Ou um amigo para me apoiar
Qualquer dia, este meu interior
Vai querer sair, rasgar a pele
Ele é distorcido, confunde ódio e amor
Se a vida tivesse contrato, rasgava o papel
Ele brinca com o fogo, mas é criança inocente
Quer ser feliz, quer se expressar somente
Eu estou a contê-lo, cuido dele
mas aviso, um dia o limite vai chegar
Decidirei o meu rumo
o clandestino vai ter onde morar





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