Então visto que tenho sofrido deste problema de uma forma bastante severa, agora que melhorei, estou aqui numa atitude de gratidão por ter finalmente acabado, a partilhar a minha tormenta.
Fui "diagnosticada" com urticária crónica. Não tenho antecedentes de alguma vez sofrer de alergia por alguma coisa, mas andei a vasculhar pela internet, e vi que os factores são variados, vagos e difíceis de determinar. O melhor adjetivo é idiopático, visto ter surgido de forma espontânea e "misteriosa".
Ora, surgiu há poucos dias, para ser exata, na 3ªfeira (dia 9) e sinto que já está na fase final. Sem querer ilustrar este texto com imagens repelentes, descrevo este doença de tal maneira: borbulhas enormes, que crescem á medida que coçamos, a comichão é insuportável e pouco tempo depois desaparece, e por pouco tempo tanto podem ser 20 minutos como 2 horas. O mais parecido com este caso ocorreu há três anos atrás, mas não foi assim tão agressivo. Pelos vistos, apesar de não ter antecedentes clínicos é uma alergia que surge de forma esporádica e em cascata - isto são termos que tenho aprendido nestes dias, por outras palavras, surgem a qualquer momento e se não travadas, a próxima vez será mais agressiva.
Agora, quanto aos possíveis agentes, para quem já procurou em outros sites, apenas descrevo aqui os mais evidentes: alimentos altamente alergénicos (ovos, peixe, delícias do mar, chocolate, morangos, tomate, trigo, leite), contato com plantas (urtigas), picada de insetos venenosos, mudanças de temperatura corporal e alterações emocionais relacionadas com o stress. Este último ponto, considero-o o mais importante, pois é o único que justifica este surgimento. É bastante frequente eu ser acordada por ataques de urticária, isto é, quando vou me deitar, tenho a pele lisa, mas em certa altura da madruga, acordo com a tal comichão terrível. Este site foi bastante útil na minha busca, e transcrevo um parágrafo relacionado com o que acabei de dizer
Um aspecto curioso é o fato de a pessoa ir dormir sem urticária e acordar, no meio da noite ou pela manhã, coçando-se e cheio de placas. Esse fato indica uma provável origem emocional, porque, durante a noite, o paciente não entra em contato com nenhum alergeno novo nem tem contato renovado com os alergenos diurnos. O único elemento presente é a mente, que não dorme e que, durante o repouso físico, traz as imagens do que foi vivido durante o dia para eliminação de tensão ou para compreensão ou esclarecimento, segundo se supõe.Sem demais parlapié, vamos então aos tratamentos.
Estas crises costumam demorar por volta de 3/4 dias. Eu confirmo.
Existem casos em que têm uma frequência tão repetida, que chegam a acontecer todos os dias durante um grande período de tempo, portanto não me lamurio. Os casos mais graves são os de inchaço facial e falta de ar, e se for o caso, um grande alerta pois esta situação pode levar á morte por asfixia, logo hospital rápido rápido! Eu não fiz nada de especial para tentar travar a crise. Apenas levei duas doses de injeções em dois dias, fui medicada - os medicamentos surtiram pouco efeito, e utilizei um líquido cuja tradução mais próxima é Óleo de flor vermelha, um produto chinês multiusos, que alivia em certa medida a comichão. Porém apesar desta desaparecer num sítio, pode reaparecer noutro, logo deve ser devidamente tratada.
Esqueci-me de mencionar, foi o curiosa a forma como a urticária se manifestou no corpo. No primeiro dia, eu mal tive noção de que tinha as pernas cobertas de placas vermelhas comichosas, apenas coçava distraídamente a nuca e as orelhas, que ficaram inchadas e vermelhíssimas. Antes de levar a injeção, no meu estado mais crítico, coçava que nem uma louca, sobretudo a parte dos tornozelos, pois o elástico das meias estavam a incomodar. Estranho foi o facto de apanhar os pés, mas não os dedos dos pés. Também não apanhou as coxas. No dia seguinte, manifestou-se por volta da mesma hora após uma sesta - sempre após acordar! - e já tinha pouco nas pernas, mas das coxas para cima, em todo o tronco tinha uma placa vermelha terrível que dava vontade de pedir ao Wolverine para me emprestar as garras e coçar. Lembro-me de estranhar o facto da urticária estar a passar por todo o corpo sem repetir a mesma área, assim como o facto de ainda não ter apanhado as mãos. Pensamento amaldiçoado, ás duas da manhã de hoje acordei com a mãos comichosas, e com algumas partes do corpo também cobertas desta mérde, mas não de forma tão grave. Por fim, já passou da hora em que ela costuma se manifestar com mais seriedade e ainda nada, felizmente, portanto devo concluir que está a desaparecer. ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
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