Gosto de ler. Pelo menos as fantasias e a sensação de falsidade em que acaba tudo muito bem no final são mais excitantes que a minha vida. Provavelmente. E há sempre a sensação de estarmos concentrados num mundo que não é nosso cheio de banalidades e pormenores que nos fazerm sentir o toque e o cheiro, ou a cor e têxtura da aventura descrita.
E aprendemos sempre alguma coisa.
Sentimo-nos relacionados com isso.
Mas por enquanto sou mais dada aos romances, aventuras e coisas que envolvam adolescentes. Afinal continuo a ser aquela menina arrogante que pensa que sabe muito, que pensa que é capaz de mudar o mundo, mas fica apenas a pensar e sonhar com as vitórias (Auto-crítica dura. Fiquei de orgulho ferido).
Mas fascino-me por todo o conhecimento que pode haver num livro, a magia que os escritores têm para passar os sentimentos para o papel, a maneira como descrevem, que nos faz sentir a história, a imaginação. Afinal a vida é pequena, mas toda ela serve para aprender, experimentar e gozar.
Como agora, fico sempre frustada quando tento teclar o que pretendo. Pensar é fácil, mas como partilhar o conhecimento com pessoas que não fazemos ideia de como pensam, de como vêm o mundo?
As estantes das prateleiras de uma biblioteca estão recheadas de livros, com capas simples ou personalizadas, nas mais diversas cores, letras e imagens e tudo o que intentam é chamar a atenção do leitor seja com um título mais absurdo ou com uma capa mais exótica... ou não. Por exemplo, por mais idiota que pareça, aqueles livros tamanho Bíblia ou Páginas Amarelas, com couro preto ou castanho e letras douradas metem um certo respeito. Ou os outros que pertencem a uma colecção, mas que apesar de o título e o tema poderem ser diferentes, a estrutura, a capa e os seus ornamentos são iguais de modo que não ficamos a saber se é uma história divertídissima ou um manual sobre Filosofia, porque aquela estante nunca me chamaria a atenção. Tudo o que é igual, é chato. Gosto de diferenças e de coisas surpreendentes, atrevidas e impensáveis. Mas infelizmente há pessoas que gostam de parecer a ovelha branca no rebanho das ovelhas brancas, porque não querem ser escolhidas. Quanta Originalidade!
E já se passaram 21 séculos e quantas pessoas terão sido como eu, pensado da mesma maneira que eu? Gostava de falar com essas pessoas e partilhar o conhecimento. Talvez os escritores tenham sentido a mesma sensação de se inibirem a dizer o que pensam e tenham usado os livros e pequenas histórias ou contos para se exprimirem. Ou não? Tudo bem que a escrita é um prazer, e que é fantástico imaginar e transmitir impossibilidades com o mundo, mas há sempre um objctivo. É como se cada livro tivesse uns quantos anos de vida sobre experiência, algo moral, e que cada vez que me foco numa estante na biblioteca, os livros começassem a gritar "Lê-me! Lê-me!", simplesmente porque as gerações anteriores não tiveram a oportunidade de serem reconhecidas. Mas elas gritam o conhecimento, porque querem mostrar o que sabem, o que sentem, o que valem. Sinto-me sempre assim, mas nunca alcanço sempre os meus objctivos. Então é só esperar, ser paciente e apanhar a segunda oportunidade.
Todas aquelas pessoas a tentarem de alguma forma mudar o pensamento das pessoas. Ou a escrever para as entreter. Ou a escrever furiosamente porque o prazo da próxima entrega é na próxima Segunda e se não entregarmos, já não levamos a família ás Maldivas.
O mundo é estranho. Tantas histórias e experiências interessantes para partilhar e limitamo-nos a focar o nosso interesse na novela das 6 (eu não gosto de novelas, por isso estou fora nhanhanha)
Na infância vivemos a inocência, na adolescência aprendemos, na fase adulta experimentamos e na fase idosa contamos a nossa história aos nossos netos. Passamos metade da vida sempre a aprender e a garantir uma velhice pacífica (dinheiro, família, dinheiro...) e há sempre tempo para desprezar, magoar, ser desprezado e magoado.
A vida é curta. Então se as regras são para ser quebradas, os erros são para ser cometidos, as palavras são para ser ditas, vamos viver a vida com o máximo de Amor, Confiança e União que conseguirmos arranjar.
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