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15 de abril de 2010

A floresta


Certo dia, numa floresta...
Reinava o caos.
Tinha-se gerado um tumulto, devido á Inveja.
O Carvalho queria ser alto como o Eucalipto, para sentir o Sol, desde cedo.
O Eucalipto queria ser como o Junco, balançando-se ao sabor da brisa.
O Junco não queria ser uma planta delicada e simples. Desejava brilhar como o Girassol.
Mas o Girassol queria poder mover-se, e não só girar em direcção ao Sol. Sonhava voar como os Pardais.
No entanto, os Pardais, cansados de fugirem ao clima, gostavam de ser como as Ervas Daninhas, pequenas, discretas, mas dominadoras.
As Ervas Daninhas eram temidas, mas não respeitadas. Gostavam de crescer como o Carvalho.
E assim por diante.
Ninguém se conformava com a forma que Deus lhes deu.
Ninguém, menos a Margarida.
A Margarida não era a primeira, nem a última a brotar, não se destacava tanto na beleza como a Rosa, mas também não era audaz como o Cravo. Mas era uma flor. Que sentia o calor do Sol todos os dias, alimentava-se do orvalho da manhã, assistia ao pôr-do-sol asfixiada de tanto fascínio e ouvia a melodia da Lua á noite.
E era apenas uma flor. Não tinha nada de especial para se orgulhar. Gostava de ser como era. Era uma flor Feliz.

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