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25 de agosto de 2011

LIBERDADE


blamed.


Eu sou enervante , vivo num mundo criado pelas minhas ilusões e sou fechada em mim mesma. E isto afasta-me das pessoas, logo na primeira impressão.
Mas apesar de todas as minhas desconfianças, incertezas, confusões e inseguranças, ainda existe aquela tal parte de mim que deseja mudar. Não é fácil, já escrevi anteriormente a palavra mudar para ver se surte efeito, se de facto algo muda em mim, se me habituo á palavra, mas, há sempre um mas no meio da frase, há sempre um obstáculo, um objecto que se atravessa na estrada e cria o trânsito, que torna a minha vida num ciclo. Até mesmo o idiota do meu subcosciente me recrimina, lembrando-me dos erros que devo corrigir, originando as minhas insónias.
Mas não consigo. E parte dessas incertezas devem-se ao não-consigo. Mas não-consigo-porquê?  É o destino? Karma? A pouca luta que eu ofereço pelo que eu quero? Eu sei lá.


Sinto-me presa. Presa á idade, ao tempo, ao momento, ao lugar, á minha família, ás circuntâncias. Sinto-me presa a mim mesma. E por mais que queira, não culpo nada disto. A liberdade é tudo o que desejo.
Nos meus sonhos-de-acordada, estou muitas vezes na casa dos 20, independente e longe da minha família, até orfã; e moro num T1 com vizinhos amorosos, uma velhinha viúva no 1ºdireito e um jovem solteiro no andar de cima, quem sabe? Ou então imagino-me a fugir de casa após uma discussão em família. E caminho pela noite dentro em direcção á praia. E está lua cheia. E encontro um drogado. E deixo-me guiar pela minha imaginação fértil. Porquê estas personagens e a aversão á família? Não sei, mas também espero que não haja mal entendidos, em amo a minha família mais que tudo. Apenas desejo libertar-me do que esta representa na minha vida. E muitas vezes, sobretudo quando estou em baixo tenho vontade de chorar e fugir sem motivo aparente, meter-me num cais desconhecido, entrar clandestinamente num barco, durante a viagem este naufraga-se e na cena seguinte encontro-me numa ilha. Só sei que existe lá um habitante muito especial, porém desconhecido: um jovem de cabelo branco e olhos límpidos, olhos que me olham como se já tivessem passado pela vida infinitas vezes e que já conhecesse aquilo de cor e salteado. Seria Deus?

Quem sabe.
Que ilusões tão trágicas. E dramáticas. A verdade é que fora destas ilusões não consigo imaginar o meu futuro, nem como algo mais alegre, a não ser que seja fantasiado nas noites de insónias. Enfim, enquanto chego até lá, vou lutando pela minha liberdade.

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