Old

22 de julho de 2011

this was absolutelly nonsense, darling!



Quando eu era pequena, vivia numa zona calma, uma espécie de cidade ainda em fase de construção, onde existiam espaços abertos, para talvez mais tarde, a Câmara erguer um prédio ou assim. O que é certo é que aquele espaço não estava alcatroado, mas os carros estacionavam lá, por cima da vegetação sem-dono. E eu, sozinha, deitava-me lá na areia citadina e imaginava que estava numa praia. Sim, os cãezinhos deixavam lá presentes cheirosos, mas eu só descobri esse pormenor mais tarde.
 Uma vez, como tantas outras deu-me para escavar um canto - não, não era a primeira vez, já tinha escavado um canteiro de flores, acho que irritei o jardineiro - e encontrei umas quantas preciosidades.
Daquela vez eu não estava sozinha, estava lá  a escavar com um rapazinho que acabara de conhecer - era absurdamente FÁCIL fazer amizades naquela altura, sabe-se lá porquê - e as relíquias tratavam-se de brinquedos coloridos que um Deus qualquer enterrou ali, a 25cm do solo. Aquela criatura egoísta levou-os todos, e a chinesinha aqui, toda ressentida -  e atenção, a partir daqui, a história muda de figura, já nada do que vou contar é real - deixou que o menino fosse embora, e recomeçou a escavar, cada vez mais profundo Os recursos não eram propriamente escavadores profissionais, ha-ha, nada melhor como uma criança com as unhas castanhas de sujidade, mas o espírito de exploradora dava-me muiita paciência e alguma dose de esperança, até que as mãozinhas e os pauzinhos que estava a usar para abrir o buraco, tocaram em algo sólido.
Era uma espécie de chapa metálica, mas com uma pega em madeira gasta pelo tempo, indicando assim um alçapão. Hããn, um alçapão, no meio da rua?? Que aventura é esta?
Ei, eu disse ali em cima, que tudo isto é inventado por uma gaija que está á espera que o Dr.House comece, ok? Continuando....

Ora, claro, não conseguia levantar o alçapão só com aquele minúsculo espaço que tinha abrido. Então esperei até ao dia seguinte para trazer mais material de escavação: colheres, pás de brincar, pás de canteiros, pás a sério... Em quatro dia abri aquele espaço. E não, ninguém descobriu porque como referido, ficava num sítio calmo, num canto, coberto pelos carros ali estacionados.
E levantei. Era estranhamente leve. E o que vi, valeu tanto ou mais pelos quatro dias de trabalho: um mundo extraordinário situado no subsolo, longe da vida humana, onde anõezinhos, criaturas lindas e arrebitadas de vinte centímetros que manejavam em máquinas para construírem milhares de réplicas de brinquedos daquelas que o outro rapazinho naquele dia tinha levado. Eu estava tentada a descer, mas por outro lado, não queria interromper aquele trabalho; eles manejavam de maneira tão veloz, tão mecânica, tão graciosa, mas sobretudo tão unida, que em pouco tempo assistia a um monte de caixas organizados em formas e tamanhos com bonecos, peluches e outros brinquedos arrumados a um canto. E até entoavam uma música alegre enquanto trabalhavam.
Passei cerca de uma semana, todos os dias a assistir ao trabalho daquele grupo, ali de cima, do alçapão, fascinadíssima mas sem coragem para descer. Até que num 20 de Julho, ás 15h46, uma criatura decidiu olhar para cima e viu-me. Eu arregalei os olhos, e recuei, mas era tarde de mais, já uns quantos subiam e puxavam-me ao subsolo. Tentei gritar, mas a voz temia em sair da garganta então rezei para que os meus pais dessem pela minha ausência, quando me lembrei que ainda eram só três da tarde, e no Ai-meu-deus-e-agora, nem reparei que estava a ser tratada como a Alice no País das Maravilhas, naquela cena do chá das cinco. Mas o meu anfitrião não era o Chapéu-Louco, mas sim, um Anão-master, um anão com mais palmo e meio que os outros.

Bem, o sorriso que me oferecia era pomposo , porém afável, mas eu tremia tanto, que só consegui retribuir um esgar. Era um sítio confortável,colorido  e luminoso, tendo em conta que estávamos no subsolo. Entretanto o Anão-master diz qualquer coisa, mas eu não vou contar o quê, porque o Dr.House já começou e de qualquer forma eu estava a ficar sem imaginação, e o público não aprecia histórias grandes, POR ISSO, deixem um abraço aí em baixo, com uma dica ou algo assim, que eu agradeço do fundo do coração. E o Anão-master manda-vos cumprimentos da conchinchina, amores.
Bem Hajam.

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