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19 de dezembro de 2011

Coisas.

Ao início pensei: é só uma fase.
Depois, aquilo intensificou-se. Chorava sem motivo. Doía-me o coração, sem entender porquê. Eram pensamentos deprimentes que me passavam pela cabeça. Insónias durante semanas a fio.

Depressão? É apenas uma forma de rotularmos o problema, mas seja isso ou não, a verdade é que quando saí do buraco, e tornei-me numa pessoa mais forte, aprendi a sorrir plásticamenteE todos acreditavam.
E foi tal e qual - o que está de errado comigo? - sou assim tão única, perversa, e doentia no meu mundo, mas tão pacata e vulgar á superfície que cheguei a odiar-me e amar-me da mesma maneira. É por estes motivos que acho que pelo menos uma vez na vida, as pessoas pensam em suicidar-se.
Mas a questão é que eu culpava-me. Os outros deitavam-me abaixo de uma maneira ou outra, e eu sentia-me vítima das circunstâncias, destinada a sofrer, sem conseguir lutar contra. Nestes momentos, claro, tinha pausas de felicidade, mas como todas as pausas, eram temporárias, curtas e intencionadas a não me levar á loucura, a equilibrar a balança emocional.
Entretanto, conheci outras pessoas, aprendi novas coisas, tornei-me uma pessoa melhor e pior, coisas aconteceram, e eu mantive sempre o mesmo sorriso treinado na cara e sangue frio. Mas por dentro, o tumulto crescia, ferida após ferida. Podia visitar muitas farmácias, conhecer muita gente formada em medicina, mas no fundo sabia que apenas o TEMPO, tornava aqueles arranhõesem cicatrizes. E a culpa, passou para os outros. Podiam ser pessoas formidáveis, mas que passavam por cima com desprezo. Sentia que já não eraexepção.
Bem, agora: continuo assim. Altos e baixos. Responsabilizo-me pelos meus erros, coisas inevitáveis acontecem, há pessoas hipócritas no mundo, e eu SOU doentia. São apenas pensamentos absurdos que passam pela mente, e evaporam-se no mundo real.

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