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17 de maio de 2012

Ela

É das poucas das boas das raras das bacaninhas que ainda pisam este solo.
É das extintas que ainda existem e que são capazes de perceber duas frases seguidas do que eu digo. E que compreendem-nas como se fossem a sua língua materna.
E eu sou egoísta, e ela é minha propriedade. Propriedade privada. Ás vezes ela namora com uns malmequeres que andam por aí, mas é porque eu deixo. Desde que não a magoem. Porque se magoarem, eu armo-me em Popeye, e arregaço as mangas, como muita salsa, e vou atrás deles. A minha faceta negra espreita o mundo, muahah-ha.
Também é ela a personagem que entra nas minhas melhores recordações: ahh aqueles momentos que a gente recorda quando está com dor de bexiga, sabem? Tipo o Verão de 2011. A semana sagrada, de pura beach & shopping, duas meninas assediadas a matarem as saudades.
Houve até dois gadjolos que passaram por nós e disseram:
"Eu prefiro a da esquerda"
"Eu prefiro a do meio"

E ela, feita tona, ainda vira-se para mim e diz "Que meio, não tá ninguém no nosso meio!"
Mas não importa, porque direita, esquerda ou meio, esteja onde ela estiver, o lugar próxima dela, está reservado como meu, porque é daí que posso ouvir as trenguices que ela me conta, e é o mesmo lugar onde eu me rio, eu me gargalho, eu me cago, eu me preocupo, eu me confesso, eu aconselho, eu protejo e onde eu me sinto abraçada.
Por isso, não importa a posição,  o lugar ou a distância, eu sei que posso contar com ela. É a "miguinha" exemplar. Mesmo não estando ao virar da esquina, continua a ser a única pessoa com quem partilho merdices por três horas seguidas. Acho que estes pequenos detalhes é que importam. Afinal as coisas só ganham valor se forem importantes para nós. E ela, sim é uma menina realmente especial.

Tá Béin. Agora em português:

Amo.te bé.


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