Old

13 de outubro de 2009

Menina (in)dependente


Eu sou aquela peça de puzzle que não se completa em lado nenhum. Sou aquela flor que não tem necessidade do Sol para crescer. Sei ser fria e glacial, mas isso não me serve de nada, porque sou demasiado seca para aconchegar quem precisa. Sou calma por natureza, mas por dentro há um confusão, uma menina que sonha com a morte e que pensa que vai ser mais recordada morta do que viva. Afinal, sou uma entre milhares, ocupo um pequeno lugar em poucos corações, e procuro atenção e respeito. No entanto não me sinto marginalizada. Sou feliz assim, aprendo cada dia que vivo e sei que para compreender as lições da vida, é necessário ter a alma cicatrizada.
Tantas frases sábias e no entanto... Não sei nada. Ainda tenho uma longa estrada para percorrer, mas só Deus sabe se eu vou decidir percorrê-la. Há demasiados obstáculos para superar e sou demasiado ingénua para lidar sem errar. Mas dependo demasiado, preciso de alguém para amar e algo para me orientar. Porque decidir, é demasiado duro, receio errar, escolher a estrada mais negra, e transformar-me numa pessoa arrogante sem ponta de inocência. Porque é tão fácil desistir e tão difícil superar?
Dependo demasiado. Das pessoas que amo, das pessoas que me amam, das sensações, recordações, toques e cheiros que percorrem o tempo, desde o passado e atravessam, sem avisar, a minha mente.
Quero ser uma rapariga independente, com objectivos, sonhos e um futuro traçado. Mas sei que a força da decisão, por mais insignificante, pode custar um preço alto. Um sacrifício ou uma perda. E será que vou ter forças para levantar-me de novo?
Que sensações terei quando ler isto no futuro?
Que futuro é esse?
Há demasiadas surpresas na vida

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