Old

3 de novembro de 2009

Sucesso



Bem, que tal uma pergunta básica para começar com o falatório? O que é o sucesso.
Li na lombada (ou seja, só li o título, tive demasiada preguiça para folheá-lo ou pelo menos abri-lo) uma frase assim "O sucesso é uma espécie de derrota".
Quer dizer, no geral, se estivermos a falar de orgulho, compensação, ego inchado, desvalorizar da inocência, então sim, o sucesso é algo desse género. Mas quem sabe se o sucesso não afecta uma pessoa positivamente, e essa pessoa esforça-se por fazer mais e mais, ser a ou o melhor, e manter a sua humildade, como se dissesse apenas, "eu dei o meu máximo"? Lógico que tentará melhor se houver uma próxima vez.
Mas se pensarmos no lado negativo, então é algo do género, conquistamos, ficamos orgulhosos, ambiciamos mais, queremos ser o centro das atenções, acabamos por ignorar o resto, e se esse resto, for as pessoas que nos apoiaram antes, por exemplo a família ou os amigos, então não acabámos de perdê-los? Será que vale a pena todas estas conquistas, a própria fama construída, e um caminho cheio de popularidade, se perdemos as pessoas mais importantes, que realmente se importaram connosco e que acabámos de lhes virar as costas? E tudo apenas por causa deste sucesso.
Já não parece tão bom. E este tom cínico, porque parece que é o que acontece quando estamos rodeados de pessoas aparentemente de maior qualidade, se é que me entendem, aparentemente mais interessantes, que sabem falar, que são tão correctos, tão perfeitos e tão frios. Aprendemos essa frieza e olhamos as pessoas que nos eram tão chegadas com um olhar vago, um sorriso artificial, e é tudo tão falso. Intenção? Dinheiro, Fama, Atenção, ou simplesmente Egoísmo.

Escolhi este tema, porque ouvi na televisão, um apresentador a pedir ás suas convidadas para definir Sucesso, e porque quero verbalizar a minha maneira de pensar, porque pelos vistos, parte da minha personalidade deve-se a essa palavra. Estou grata? Não sei. Repulsa? Porquê? Descrevi-a como se fosse algo inferior, e no entanto, parte de mim é assim, embora ás vezes odeie-me por isso. Mas parece que todos em algum dia esquisito temos de crescer, amadurecer, como dizem e esquecer o que era o mundo visto pelos olhos de uma criança. Não podemos ter eternamente aquela vozinha infantil, os gestos meigos, as pequenas mãos irrequietas e um olhar a transbordar de curiosidade por aquele mundo, em que algum dia temos de aprende qualquer coisa idiota, para perceber o quão cruel é este mundo, quão injusta é esta vida. E o tempo já não vai ser eterno nas amenas cavaqueiras, nas brincadeiras simples, mas divertidas, dia e noite, apenas porque esse tempo irá controlar-nos.
Mas voltando ao programa que vi, uma das mulheres, definiu Sucesso como "a persistência que temos para merecer a compensa". A outra disse algo como "a força da vitória" ou algo do género, porque já estava a fantasiar com as teclas do computador e o Blog, por assim dizer.
Eram frases simples, ainda mais porque há palavras que é necessário uma longa experiência própria para definir e Sucesso era uma delas, ou seja não bastam uma ou duas palavras. Mas não as censuro porque não tinham a oportunidade que tenho aqui para dar corda aos dedos e aborrecer os poucos ou nulos leitores cativados neste site. - de qualquer forma, se houver mesmo algum ou alguma, agradeço profunda e sinceramente, só não faço vénia porque estou sentada, mas a sério, obrigada por me lerem (Já ia dizer ouvirem), e por perderem tempo com uma pobre miúda que como não tem vida social, cria uma vida virtual.

Enfim! Só digo que a minha existência nos quatro anos anteriores (quatro dias e cinco horas, comparando com a Paris Hilton, dado a falta de acontecimentos), dei por mim a crescer de repente sem que pudesse controlar e vou ver se me controlo para não cortar os pulsos na próxima vez que cair em depressão. Tudo porque essa coisa chamada sucesso, fez-me conhecer níveis maiores, uma observação mais perspicaz das pessoas, e as suas consequências.


Sem comentários:

Enviar um comentário