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18 de fevereiro de 2010

Chance

Era uma vez um rapaz. Modesto, simples e discreto. Que estava apaixonado por uma rapariga que vivia na mesma aldeia dele. Ela encontrava-se sempre acompanhada por amigos, amor, atenção e um sorriso encantador.
Ela tinha tudo o que lhe faltava. Beleza, inteligência, charme, brilho e mistério. Enquanto o rapaz era tímido e humilde, ela era altiva e destacava-se.
Um dia, o rapaz foi ter com ela e declarou-se.
Mas ela riu-se. Achava que ele não era o suficiente para ela. Mas pensou de novo, e porque não? Contudo, desafiou-lhe. Ela aceitaria namorar com ele se este ficasse cem dias e cem noites á porta da sua casa.
Ele ficou radiante. Cem dias passariam a correr. Confiava na sua capacidade para amar, sabia que o amor era mais forte que o tempo.
E no dia seguinte preparou um farnel e colocou-se á frente da casa dela.
De noite, preparou-se para dormir.
E de madrugada, a rapariga foi espreitar e confirmar a sua presença.
Aconteceu o mesmo no dia seguinte. E nos outros.
Assim passou-se a primeira semana.
Todas as manhãs a rapariga espreitava pela janela para certificar-se que o rapaz ainda estava lá.
Passaram-se outras tantas semanas.
Em cada manhã, o rapaz acenava ou sorria á menina na janela. Mas nenhuma vez ela retribuiu o sorriso ou o aceno. Nunca abriu-lhe a janela, ou a porta, jamais tinha-o convidado para entrar, para fazer uma pausa na sua longa espera.
E o Verão chegava ao fim. Com ele, trouxe chuvas e ventos fortes. Assim como o frio e a fome do menino.
Mas a sua preservança resistia. Ele insistia esperançoso no seu objectivo. Iria conquistá-la.
E no centésimo dia, o rapaz esperava o amanhecer para receber a rapariga da janela. Ele tinha permanecido fiel durante cem dias e aí estava o esforço pelo seu trabalho. Mas ela não apareceu. A sua esperança desapareceu.
E todos os sonhos e ilusões caíram. Então, reflectiu.
Ingenuidade, inocência, persistência... De que valiam isso se a sua luta contínua e máximo esforço não lhe traziam a felicidade? Ele era um homem livre. Aprendera a sua capacidade de amar nesses cem dias. Não era ninguém, era um homem livre, capaz de se entregar ao amor, dar e receber.
No dia seguinte, a rapariga saiu de casa, rendida a tanto amor. Mas ele já tinha partido.

(MPR, desculpa pelo plágio! Mas considera isto uma admiração! Achei a história linda!)

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