Old

9 de fevereiro de 2010

Tu

És tímido. És discreto. Nunca falámos, sei pouco de ti, mas de uma maneira ou outra, fascinas-me. Não consigo evitar procurar-te com o olhar, assim como não consigo evitar desviar quanto vejo-te a fitar-me. Posso chamar isto de magia?
Gostava de um dia ter coragem e falar contigo. Dizer-te o que sinto. Gostava de ter uma expliação, porque me pertubas o raciocínio, distrais-me da rotina, e tu, apenas tu consegues inconscientemente fazer-me voar para sítios e tempos inexistentes. Nem entras nos meus sonhos. Só existes naquela imagem que eu vejo, tímida e discreta, mas dinâmica e misteriosa por dentro, á distância. E nos pensamentos. Nos meus pensamentos existes, embora os teus traços sejam difusos. Não consigo decorar os teus traços suaves, demasiado discretos para fazeres-te sobressair na multidão. Mas quanto de encontro, é como se tivesses um halo branco e puro á tua volta. Porque és especial. Porque eu te criei e idealizei nos meus pensamentos, não sei como és, e vivo a pensar e a imaginar o dia em que posso dizer que...

E gostava de sentir os teus lábios no meu pescoço e os braços na minha cintura. Um escudo perfeito, essa sensação de segurança, a promessa que estarás sempre aqui quando eu precisar, a promessa de que nada neste mundo me magoará. E de sentir um sussurro ao meu ouvido, essa sensação de ser protegida, adorada e feliz, de que ficarás comigo para sempre. Mesmo que seja mentira, pois o Para Sempre é uma ilusão. Nada dura eternamenteme, então só posso sonhar que vai acontecer e que terminará numa doce realidade. Então é melhor assim, porque sonhar é doce e delicioso, essa perspectiva, um estrondo quando nos mostram a realidade. Mas não espero ser como eu idealizo. Sê tu próprio, porque seja o que for, sei que me surpreenderás.
Ou não.
Porque tu és uma pessoa. Tu és aquele tal um numa massa colorida de pessoas, carácter e faces, és um num milhão, bilião, trilião. Mas para mim destacas-te e nem eu sei porquê. É isto.
E apesar da vulgaridade continuo a sentir esta coisa esquisita no coração. Porque tu nunca percorrerias meio mundo só para ter-me nos teus braços durante dois minutos. Nunca escreverias e comporias uma canção dedicada para cantá-la á Lua, nessa magia lunar e fabulosa. Nunca gritarias de uma montanha que me amas. Nunca tentarias saber os caminhos da minha alma até ao coração. Porque tu és Humano. E no entanto, deslumbras-me, e dominas o pensamento sem nenhum poder sobrenatural, foi simplesmente porque encontras-te por acaso a chave do meu coração e ficaste interessado. Mas seja qual for a razão, eu não preciso de um motivo para eu te amar. Basta seres tu. Porque tu és único, especial, e fazes-me escrever e dramatizar. Mudaste-me.

Então, só posso ficar aqui a procurar-te na multidão, e que um dia venhas ter comigo, e olhar-me dessa maneira tão inocente mas que entra pelos olhos, pela alma e pelo coração. E dares-me essa oportunidade de dizer o que eu sinto.

Sem comentários:

Enviar um comentário