Old

5 de junho de 2010

A ti

J

Olá amor.
Olá amor não concretizado, sonhos desfeitos, pseudo-fantasias, pseudo-emoções, falsos arrepios, pensamentos, beijos, abraços e o resto que ficou entalado na ponta dos meus dedos, tudo o que não consigo exprimir por palavras, porque eu nunca falarei de alma aberta, de corpo nu, para uma pessoa que idealizei, que nunca conheci.
Isto é uma estupidez.
Mas acho que apesar de tudo, estou a tentar exprimir o que não aconteceu. Amor.
Estas trocas de olhares, o desejo de conhecer-te melhor... Está a ruir, a cair lentamente, porque não haverá uma última vez em que me olharás. Em que eu procurarei-te, frustrada, na multidão, só para te fitar por um momento.
Já acabou.
Apesar de nunca ter sequer começado.
Já acabou, porque nunca começou, e eu, cobarde, sem lutar, sonhadora, vou baixar os braços, erguer o lencinho branco, eu desisto. De novo.
Detesto lutar por algo que não acredito, algo de que desconfio.
Eu não acredito no Amor.
E talvez seja por isso que não lutei.
Não consegui fazer algo tão simples como falar-te. Apanhar-te desprevenido.
Deixar-te vislumbrar o meu rosto ansioso.
Não fi-lo.
Apenas observava-te de costas, caminhando sozinho. Apenas sentia um aperto de estômago, arrependimento em forma física daquilo que não fiz.
Mas criei tantas espectativas, tanta esperança, fui mesmo feliz, sem motivo nenhum. Não conseguia parar de sorrir, com tantas coisas irrealizadas. Tantas histórias de amor, contos de fadas vividos mentalmente e agora acabou.
Fui livre, sou livre, serei livre.
Agora vou apenas seguir em frente e tentar esquecer o que não vivi.

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